Descalça sobre a pilha de roupas, a motorista de aplicativo Adriana Vidal, de 48 anos, “garimpa” calças jeans, jaquetas e bermudas. Na última terça-feira, o seu dia de folga, ela saiu cedo de Santo André, no ABC Paulista, e foi a primeira a chegar à loja que vende roupas por quilo, no centro de São Paulo. Quase duas horas depois, tinha sete peças escolhidas
“Pretendia gastar R$ 25 (o preço do quilo de roupa da coleção antiga), mas acho que vou gastar mais”, disse. Ela optou pela coleção atual, cujo o quilo sai por R$ 50. Desembolsou R$ 128 por 2,56 quilos de roupa. “Sempre foi mais econômico o quilo, na verdade eu não tinha achado antes um local que vendia assim.” Frequentadora de shoppings e brechós, Adriana parou de ir às compras quando começou a pandemia.
Com a reabertura dos comércios e os preços nas alturas, decidiu experimentar a compra de roupa por quilo, que segue o modelo da venda de comida por peso em restaurantes. O popular “quilinho” é uma invenção genuinamente brasileira de meados dos anos 1980, quando a inflação também corria solta
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Frequentadora de shoppings e brechós, Adriana parou de ir às compras quando começou a pandemia. Com a reabertura dos comércios e os preços nas alturas, decidiu experimentar a compra de roupa por quilo, que segue o modelo da venda de comida por peso em restaurantes. O popular “quilinho” é uma invenção genuinamente brasileira de meados dos anos 1980, quando a inflação também corria solta
Antes restrita à confecção infantil e a artigos de cama, mesa e banho, a venda de roupa por peso tem avançado no varejo e para itens de vestuário do dia a dia dos brasileiros, como calças jeans, moletons, jaquetas e camisetas, por exemplo. Esse tipo de comércio tem atraído consumidores pressionados pela falta de dinheiro no bolso
Eles estão em busca de peças para uso próprio a um custo baixo, em meio à disparada da inflação. Em 12 meses até abril, as roupas ficaram, em média, quase 16% mais caras no varejo e superaram a alta geral dos preços de 12% no mesmo período, segundo o IPCA-15, a prévia da inflação